Um satélite espião soviético que estava em órbita há quase 40 anos reentrou a atmosfera na noite da última segunda (03) sobre o Sul do Brasil. O fenômeno foi flagrado pelas câmeras da BRAMON, a Rede Brasileira de Observação de Meteoros, do Clima ao Vivo, e também por diversos internautas que registraram o momento em que o satélite se despedaçava incandescente no céu. Confira o vídeo:
Diversos depoimentos foram publicados nas redes sociais relatando o avistamento de uma grande e lenta bola de fogo cruzando os céus do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e até mesmo do Uruguai. Muitos pensaram se tratar de um meteoro ou de mais uma passagem dos satélites Starlink da SpaceX. Mas, a partir da análise dos vídeos, a BRAMON concluiu que se tratava da reentrada do satélite Cosmos 1437 (código NORAD 13770).

O Cosmos 1437 era um satélite espião soviético lançado em 20 de janeiro de 1983 em um foguete Vostok-2M, a partir do Cosmódromo de Plesetsk, na antiga União Soviética. Sua órbita vinha se deteriorando há algum tempo e sua reentrada estava prevista para ocorrer na noite de segunda (03).
É difícil prever a hora e o local exatos de reentrada de um objeto, mas a Aerospace conseguiu fazer isso com uma precisão invejável. Previu a reentrada do Cosmos 1437 sobreo Brasil, às 21:02 (horário de Brasília) desta segunda (03). E exatamente nesse horário que a estação de monitoramento de meteoros JJS2/SC em Monte Castelo registrou o satélite reentrando em nossa atmosfera.

De acordo com a BRAMON, a reentrada do Cosmos 1437 não representou nenhum risco para a população em solo. Grande parte do seu material constituinte foi vaporizado durante a passagem atmosférica. Apenas as peças mais maciças e resistentes são capazes de suportar o calor da reentrada, mas estas provavelmente caíram no Oceano, após cruzarem os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Uruguai. Foi um belo tour de despedida do Cosmos 1437, depois de 39 anos em órbita do nosso planeta.
Imagem de abertura: Concepção artística da reentrada de um satélite na atmosfera – Créditos: ESA/D. Ducros

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