O telescópio desenvolvido vem abrindo uma janela no tempo com imagens de galáxias que estão há 13 bilhões de anos, perto da origem do universo. E o James Webb não apenas captura as imagens, mas consegue fazer medições sobre os elementos que compõem essas galáxias primitivas.
Participação brasileira no maior observatório do mundo
A partir de 2024 poderemos ver imagens produzidas por um telescópio espacial que conta com a participação de astrônomos brasileiros. O primeiro de uma série de nove telescópios começou a ser instalado no Observatório del Teide, na Espanha.
Os telescópios Cherenkov da rede ASTRI Mini-Array serão capazes de detectar os raios gama, a radiação da mais alta energia produzida no Universo. O projeto conta com a participação de 31 países. Juntos, os cerca de cem telescópios vão compor o Cherenkov Telescope Array (CTA), o maior observatório astronômico de raios gama do mundo.
“Os telescópios espaciais ou observatórios astronômicos espaciais foram desenvolvidos para ampliar a capacidade de astrônomos e cientistas para explorar o espaço e captar informações sobre as origens do Universo”, explica o especialista em tecnologias disruptivas Arie Halpern.
Mesmo instalados em locais de alta altitude e longe da poluição luminosa, os milhares de telescópios espalhados pelo mundo estão sujeitos a distorções causadas pela atmosfera terrestre. Ela afeta a luz emitida por objetos distantes e faz com que a imagem perca nitidez.
Apesar das várias tecnologias desenvolvidas para contornar estes obstáculos, como a óptica adaptativa e outras, algumas distorções permanecem. E foi para eliminá-las que foram desenvolvidos os telescópios espaciais. Com recursos tecnológicos e sistemas ópticos compostos por espelhos, eles são capazes de fazer observações e detectar comprimentos de onda que dificilmente seriam possíveis a partir do solo.
Os primeiros exemplares foram desenvolvidos no fim da década de 1960, mas o primeiro considerado bem-sucedido, foi o OAO-2 ou Stargazer, com frequência de raios ultravioleta, lançado pela NASA, em 1968. Mas foi somente a partir da década de 1990, com o lançamento do Hubble, que passamos a ter imagens mais claras e nítidas do Universo, detectando frequências e comprimentos de ondas de todo o espectro eletromagnético.
Algumas das estrelas da observação espacial do Universo são:
Hubble – Lançado pelo ônibus espacial Discovery, em 1990, ainda está em operação. É um dos maiores e mais versáteis e revolucionou a astronomia. Capaz de explorar o Universo na luz visível, infravermelha e ultravioleta, produziu imagens de estrelas, galáxias e outros objetos astronômicos e foi o responsável por determinar a idade do Universo em aproximadamente 13,8 bilhões de anos.
Compton – Segundo telescópio do programa da NASA, destinava-se a explorar especialmente as radiações gama dos corpos celestes. Lançado pelo ônibus especial Atlantis, em 1991, ficou em operação por menos de uma década.
Chandra – Lançado em 1999, pelo ônibus espacial Columbia, foi desenvolvido para analisar buracos negros, supernovas e outras fontes de energia no espaço. Ele forneceu informações sobre o mistério da matéria escura por meio de observações da colisão das galáxias em um aglomerado.
Spitzer – O Spitzer funcionou por 16 anos, de 2003 a 2020. Projetado para detectar a radiação infravermelha, ao contrário dos anteriores, orbitava o Sol. Ele conseguiu coletar luz de regiões do espaço que ficam escondidas para os telescópios ópticos, detectando também emissões vindas de objetos mais frios.
*ArieHalpern

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