Relatório PDE 2031 tem capítulo especialmente dedicado ao potencial de exploração de hidrogênio no Brasil, como mostra a matéria

Relatório PDE 2031 tem capítulo especialmente dedicado ao potencial de exploração de hidrogênio no Brasil, como mostra a matéria
O novo Plano Decenal de Energia (PDE 2031) aponta o potencial e a diversidade de fontes de produção de hidrogênio no Brasil como uma das vantagens competitivas do país. Elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o documento tem um capítulo especialmente dedicado ao tema. Segundo o relatório, a demanda por hidrogênio chegou a cerca de 1 Mt em 2018, sendo 50% para fertilizantes, 37% refino, 8% químico e 4% metalurgia/alimentos, sendo 95% de origem fóssil, predominantemente de gás natural.
No horizonte de 2050, o cenário pode mudar, com recursos energéticos disponíveis para a produção da ordem de 1.850 Mt/ano, com os recursos renováveis offshore se destacando com um enorme potencial técnico.
Abordagem inclusiva e grande potencial em hidrogênio
O Brasil, na avaliação da EPE, tem grandes oportunidades com a economia do hidrogênio, tanto no mercado interno quanto externo, sendo “estratégicos os desdobramentos associados ao Programa Nacional do Hidrogênio”. Os técnicos da EPE lembram ainda que é importante manter uma abordagem inclusiva e caminhos flexíveis para a transição energética.
O Brasil tem um histórico de pesquisa, desenvolvimento e inovação de quase 20 anos na área, com foco em várias rotas tecnológicas: renováveis (etanol, hidro, eólica, solar e biometano) e gás natural. O país já desenvolveu projetos piloto de ônibus, geração elétrica, armazenamento de energia e célula combustível a etanol, que despertaram interesse de grandes empresas, de acordo com a EPE. Também existem startups atuando comercialmente em hidrogênio, inclusive o classificado como verde. Outra característica é a atuação de empresas internacionais de gases industriais que atuam no mercado nacional e outras que sinalizaram o interesse em ter plantas no país.
O PDE 2031 também avalia que os recursos renováveis offshore se destacam com um enorme potencial técnico de produção de hidrogênio. A fonte com a maior participação é o solar fotovoltaico, com 79% do potencial, seguido da eólica, além dos 100 km até o limite da Zona Econômica Exclusiva (ZEE), que é de 15%. O restante do recurso eólico até 100 km da costa tem um potencial de 101,2 Mt H2/ano e do oceânico, 8,8 Mt H2/ano. Para os especialistas, o desenvolvimento do mercado de hidrogênio renovável se beneficiará da sinergia com o mercado de hidrogênio de baixo ou zero-carbono, como o hidrogênio azul, classificado com essa cor porque há captura e armazenamento de CO2; o turquesa, realizado com o processo de pirólise do metano e o rosa, que é quando a fonte primária de energia elétrica utilizada na eletrólise é a nuclear. Essas cores estão em fase de regulamentação global e representam tendências que têm sido buscadas em países como Estados Unidos e Noruega.
Mesmo o hidrogênio natural tem potencial para ser mais explorado no Brasil. O documento da EPE destaca que o território brasileiro engloba várias zonas com características geológicas propícias à geração desse tipo de hidrogênio. “Quanto ao hidrogênio natural, anteriormente considerado marginal, senão inexistente, aparece cada vez mais como uma opção importante a ser explorada pelas empresas de energia no futuro próximo”, cita o relatório. Na lista de exemplos, os especialistas nomeiam a pesquisa liderada pela ENGIE em conjunto com a Geo4u, que demonstrou a presença de hidrogênio no solo e poços profundos da Bacia do São Francisco, em Minas Gerais, constatando altas concentrações desse gás em reservatórios profundos.
*Engie
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